sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Florisberta Filogonia & Geranta

A saga de uma árvore que nunca existiu.

Florisberta Filogonia nasceu em um dia chuvoso e escuro, dentro de um pântano mal cheiroso e encantado, que exalava de suas entranhas amônia e esterco, onde habitavam seres encantados com troncos feitos de gaiolas e cabelos constituídos de espanadores plumosos, gigantes de rocha que caminhavam sobre efeito de uma feiticeira presa na imaginação de Geranta, a mesma que gerou Florisberta Filogonia.

Pequena e inofensiva, essa árvore foi transportada para o “mundo real”, ou melhor, para as aventuras da hepática menina Geranta – esta, era tão sozinha que criava amigos imaginários em seus mais profundos sonhos e tinha tanta fé naquelas loucas criaturas que as via por todos os cantos, junto com suas bonecas, tomando uma substancia verde em seu infantil jogo de chá polonês – e Florisberta Filogonia passou a ser uma grande amiga de Geranta.

Inseparáveis, corriam pelo jardim, subiam as escadas, pescavam estrelas no céu antes do nascer do sol, velejavam, lanchavam em grandes estepes verdejantes, uma penteava o cabelo da outra – Geranta podava as folhas desnecessárias, Florisberta doava suas flores. Porém, amigos, o pior ainda estava por vir.

Foi em uma noite, quando a luz acabou, as amigas acenderam muitas velas pelo castelo e por um descuido de Florisberta, distraída enquanto dava conselhos a Geranta que estava perdidamente apaixonada por Fiorillo, tropeça entre as velas e cai com um grito de agonia. Estava em chamas. Geranta desesperada busca diretamente em sua alma a doce feiticeira e pede a ela socorro. A feiticeira já amarga pela solidão não escuta aos pedidos de sua criadora, mas, como um raio, ouve a palavra “libertação”.

Geranta liberta a doce feiticeira, já amarga pela solidão, e esta realmente ajuda Florisberta Filogonia, apagando o que queimava, mas louca também por ser trocada pela árvore devolve Florisberta ao pântano mal cheiroso, transforma-a em uma menina de beleza esplêndida, porém presa dentro de sua amiga que já não tem capacidade de pensar ou falar pois fora transformada em uma árvore grande, forte e incapaz de existir.


Por Eivy Von à memória de Brennah..

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Triste Memorando

Lembro-me perfeitamente do lodo que lhe subia pelas doces entranhas.. e não a julgo, pois não é um crime provar o verdadeiro de uma existência.

Criar uma consciência a parte, ainda mais quando se é uma mulher pensante, significa nadar contra uma correnteza fatal e rebelar-se em questão de sexo, álcool e drogas é o mesmo do que cuspir em uma bíblia e defecar em sua mãe, ainda mais quando se é uma mulher provida não só de dedo opositor mas também de massa cefálica.

Não existe ninguém que a possa culpar por não possuir a única coisa que a maioria dos seres humanos possui ou seja, uma capacidade incrível de ser fútil e de ludibriar pessoas para que elas tenham e acreditem em algo não necessário. Retificando ser humano ou “umano” é uma espécie que possui vida, mas que ate então não teve utilidade obvia para o planeta.

E se juram pelo céu e o inferno que não é possível, eu pobre mulher, sofro por vê-la sofrer..

Compreendo perfeitamente essa dor, e se meu caro leitor não compreender, obviamente que também não o culparei pois esqueci de citar que dentro da espécie humana também existe parasitas aonde você encaixar-se-á perfeitamente.

Penso como deus, um ser tão bondoso e VIP, por que nunca apareceu para os pobres e desamparados, pode deixar que viva sobre esta terra tipos assim pessoas, ou se assim posso chama-las. Ele deve ter uma infinita grandeza ou não,pois é por essa bondade patriarcal que a vejo proibida de viver uma vida que é por direito sua..

Saiba que a amo, como jamais fui capaz de amar alguém e como quero seu bem sem desdém ou malicias..

Não pense na hipótese de ser abandonada por mim pois minha alma, sinceramente se pode existir, lutara ate um ultimo instante para vê-la liberta desse regime ditatorial que nos encerra.

sábado, 30 de agosto de 2008

O fim do túnel

Ao fim do túnel sempre há uma luz, ainda que fraca.

Sempre haverá algo para tirar-lhe do sofrimento, ao menos que não queira a salvação.

Ao fim do túnel há uma mão estendida,

Mão amiga que acolhe quando estamos no chão.

Ao fim do túnel há algo a sua espera, você querendo ou não.

Não subestime a esperança, ela pode ser a única base de apoio,

A única razão para manter-se vivo.

Não subestime a espera. Todos esperamos.

Ao fim do túnel há sempre algo para tirar-lhe do sofrimento,

Há sempre algo para aliviar sua dor.

Pode ser uma luz para fazer brotar a alegria em seu peito,

Pode ser a morte, para tirar-lhe dessa condição.
Brennah Enolah

sábado, 23 de agosto de 2008

Uma Trilha De Fumaça

Coloco todos os sentimentos estranhos em minha bolsa e decido seguir aquela estrada de fumaça que com meu mais intenso prazer construí, o último trago, minhas vontades saciadas, onde dará a trilha de prazer?

Começo por escalar, a porta é aquele circulo vermelho, azul, violeta que em meus mais loucos frenesis excita uma desvairada vontade de possuí-lo, de admirá-lo. São longas voltas, são traços de sonhos, são as fitas de uma menina brincando por aquele extenso jardim, são olhos que hipnotizam dizendo-me cada vez mais alto “não deixe de existir”.

Após a porta os passos incertos são firmados pela estrada, a fumaça foi dando espaço ao vidro, seco, frio, sólido. Começo a descer rumo ao universo, observo planetas sorridentes, vestidos de ternos e gravatas sapateando em um blues descontrolado e o que foi aquilo que observei? Espere... creio que seja o eterno big-being dentro de nós.

Bolhas começam a sair de mim e dentro delas, adeus, estão meus sentimentos estranhos.

A estrada leva-me adiante e ao longe observo algo parecido como um altar. Existem milhares de estradas como aquele pela qual vim, todas terminando sempre mais a frente em um encontro glorioso de perturbações.

Astros, planetas, cartas de baralho, cogumelos e borboletas observam minhas ações, estão girando em torno do altar que irradia a dança da vida. Bules e xícaras de chá levam-me em direção a ele, mais à frente encontro o coelho do “país das maravilhas”, porém ao contrário de sempre não estava atrasado. Sorria para mim e através dele alcancei o altar.

Tudo a minha volta sumiu e os círculos de fogo voltaram a aparecer contemplando-me.. a fumaça tornou aparecer, tudo começou a desmanchar em leves sopros e fragrâncias. Em cima do altar havia um olho muito atento que a tudo observava enquanto refletia toda uma vida que não me era estranha, a vida era sonho e o sonho era o mais real que até aquele momento tinha provado. Não pude resistir e ao tocar naquele olho descubro que eram meus olhos e todo aquele universo era meu próprio corpo... porém esqueço-me do real. Acordo. Tive um sonho!

Enxugo minha baba enquanto acendo meu próximo cigarro...



Por Eivy Von

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Além do Poço

Nós estamos mais baixo que o subsolo,
Vivemos na decadência.
A imundice nos cerca,
A sargeta, o limbo.

Nós estamos na mais pura devassidão
Sendo clandestinamente livres.
Não precisamos da pureza hipócrita
Que cerca esse mundo de aparências.
Nós admitimos, a realidade é que
Estamos Além do Poço!

Estamos no lodo,
Afundando na dor.
Não contende com a desgraça,
Cavamos Além do Poço!

Não queremos as cordas de resgate.
Fazemos parte dessa vida desregrada,
Dessa decadência permanente.
Não queremos escadas,
A salvação não interessa.

A dor, a lágrima, o sofrimento.
O poço de lamentações agora é a nossa vida,
Porém não vestiremos a mortalha das vítimas.
Queremos o insulto!
Transmutar essa dor em revolta,
Transformar as lágrima em protesto!
Queremos a vingança,
A liberdade a qualquer custo.
Queremos viver como estamos,
Sempre cavando Além do Poço!

(Brennah Enolah)

Em retribuição aos nossos planos anteriores, aqui está a manifestação da primeira inspiração, do primeiro suspiro do Além do Poço!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Pressentimento

Acredito que exista um elo que una duas pessoas, que faça com que essas pessoas sejam cúmplices, que exista uma confiança inquebrantável e que elas acabam por sentir as aflições umas das outras. Afirmo com toda a certeza a última colocação pois senti isso na pele. Era como se fosse uma inquietação, na qual não se consegue fazer nada para acalmar-se, a imagem da pessoa não saía da cabeça e a vontade de falar, de ouvir a voz e poder saber se está tudo bem; um aperto no peito, um mal pressentimento...

... Após saber o que realmente ocorreu, agora sei que tudo foi real.

"Realmente minha cara, estou aqui, não só pessoalmente presente, mas espiritualmente".

sábado, 2 de agosto de 2008

Um barulho na noite

De repente seus olhos abrem-se no meio da noite, tudo é escuridão e lá fora só há o suave som de uma chuva esforçando-se para cair.. Fecha seus olhos novamente, mas é interrompido por um barulho que começa do silêncio, quebrando as barreiras da escuridão até seus ouvidos.. A principio ele parece com o sussurrar de um objeto e depois faz círculos longos, rápidos, ofegantes.. Quando você percebe, ele está dentro de sua mente...
É assim que gostaríamos que nosso memorial fosse para os queridos leitores, uma mínima parte de seus dias, para logo em seguida estar alojado em suas mentes!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Saudações

Palavras breves apenas...

Esperamos que seja proveitoso este nosso trabalho, que essa nossa parceria que se estende agora ao âmbito digital seja interessante para quem lê. Aliás, não menos que isso, porém cabe aqui algumas recomendações a você leitor imerso em curiosidade - graças a essa curiosidade estamos aqui - que não espere muito, mas no entanto não despreze. Somos o que somos e relataremos aqui, nesse espaço amorosamente criado por duas amigas, que antes de tudo vivem situações semelhantes não pela simples vontade de o ser ou de parecer ser, mas que têm em si a semelhança.

Agradecemos desde já a visita e esperamos atender às expectativas.